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Ser influenciador digital em 2025 ainda vale a pena?

Nos últimos anos, a profissão de influenciador digital deixou de ser apenas uma tendência e se consolidou como um dos caminhos mais desejados pelos jovens do mundo. O glamour das redes sociais, as parcerias com marcas renomadas e a ideia de viver de conteúdo criativo criaram um imaginário poderoso e, muitas vezes, ilusório. Mas em 2025, com um mercado cada vez mais competitivo e saturado, surge uma pergunta inevitável: ainda vale a pena ser influenciador digital?

Pois este questionamento não vem do acaso. Matérias recentes, como a publicada pela Marie Claire, revelam que muitas criadoras de conteúdo estão deixando as redes para voltar ao regime CLT. O motivo? Instabilidade financeira, cansaço mental e a ausência de benefícios básicos como plano de saúde, férias e 13º salário. O que antes parecia o “emprego dos sonhos” agora se mostra, para muitos, um desafio diário de sobrevivência digital.

O glamour das redes x a realidade financeira

O universo das redes sociais sempre foi sedutor. Produzir conteúdo, ter liberdade criativa, ser dona do próprio tempo, tudo isso soa tentador. No entanto, por trás das imagens bem editadas, das ostentações em viagens pelo mundo, roupas, bolsas, acessórios, restaurantes caros e dos vídeos com milhões de visualizações, há um cenário muito menos glamouroso. A maioria dos influenciadores brasileiros não vive exclusivamente de suas redes sociais. Dados recentes apontam que mais de 60% deles ganham menos de R$ 3 mil por mês, e apenas uma pequena parcela ultrapassa os R$ 10 mil.

Além disso, o rendimento é imprevisível e completamente instável. Um mês pode ser excelente, cheio de contratos e publis fechadas, porém no mês seguinte, o faturamento despenca. A lógica do algoritmo, que muda constantemente, é implacável com o influenciador(a), e quem não acompanha o ritmo fica para trás. A dependência de engajamento e a pressão por relevância tornam o trabalho nas redes sociais uma corrida sem linha de chegada.

Entre o burnout e o desejo por estabilidade

Outro fator que pesa é o emocional. A busca incansável por engajamento, likes e visualizações transformou o trabalho de influenciador em uma maratona exaustiva. Estar sempre online, produzir diariamente conteúdos e estar presente em todas as plataformas digitais que possuem algoritmos e públicos distintos, e ainda sustentar uma imagem impecável tem um custo emocional elevado. Muitos relatam ansiedade, esgotamento e a sensação constante de estar “devendo” conteúdo para seus leitores.

Não é à toa que cada vez mais profissionais estão buscando refúgio na estabilidade do mercado formal. Retornar ao CLT significa, para muitos, voltar a ter pé no chão e saber quanto vão ganhar no fim do mês e poder planejar o futuro com mais segurança. Afinal, como sustentar o básico como transporte, alimentação, o plano de saúde, o aluguel, a tranquilidade, quando o algoritmo muda e o público se dispersa sem aviso prévio?

A influência que permanece, e se reinventa

Mas isso não significa que a era dos influenciadores acabou. Muito pelo contrário, esse universo está em constante transformação. O que muda é a forma de encarar o digital. Hoje, ser influenciador não é apenas sobre números, mas sobre propósito, autenticidade e conexão real com o público. As marcas também estão mais exigentes e buscam parcerias consistentes, com criadores que entregam mais do que estética, elas buscam criadores que entregam valores e relevância.

Jovem trabalhando (Imagem gerada por IA)

Equilíbrio é a palavra chave para trilhar o sucesso com leveza. O digital pode e deve continuar sendo uma plataforma poderosa de expressão, visibilidade e negócios. Mas depender exclusivamente dele, sem uma base financeira sólida ou um plano paralelo, pode ser arriscado.

Para alguns, o segredo está em encarar o conteúdo como um complemento, algo prazeroso, quase um hobby. Enquanto mantêm um trabalho fixo, empreendendo em outra área ou diversificando suas fontes de renda. Assim, o criador conquista liberdade para produzir com autenticidade, sem o peso de transformar cada post em obrigação financeira.