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Victoria’s Secret 2025: o rebranding que celebra corpos reais e diversidade

O brilho da Victoria’s Secret voltou, mas com um novo significado. O Victoria’s Secret Show 2025, realizado na útlima quarta-feira (15), em Nova York, marcou uma virada simbólica na história da marca em realizar uma celebração da beleza real, da diversidade e da autenticidade.

O que mais chamou atenção nesta edição foram os corpos reais e os contornos naturais, livres daquela marcação artificial da lipo led que, convenhamos, já não é de bom tom. A passarela apresentou um desfile mais humano, elegante e conectado com o tempo presente. Um respiro de verdade em meio a tantos padrões fabricados.

Da era de ouro ao recomeço

Nos anos 1990 e 2000, a Victoria’s Secret viveu sua era de ouro. As angels eram celebridades globais, eram elas, Gisele Bündchen, Adriana Lima e Alessandra Ambrósio que representavam um ideal de beleza que dominou o imaginário da moda feminina em escala global por mais de uma década. Era o auge dos desfiles milionários, dos Fantasy Bra que na verdade eram aqueles sutiãs de luxo usados tradicionalmente no Victoria’s Secret Fashion Show, umas verdadeiras joias criadas especialmente para o evento, que valiam milhões de dólares o puro suco do glamour televisivo na época.

Com seu andar marcante e passadas poderosas, quadris precisos e um balanço natural que exalava energia, Gisele Bündchen redefiniu a forma de caminhar na passarela, unindo autoconfiança e sensualidade espontânea, tornando-se o símbolo máximo daquela época. Outras modelos brasileiras como Adriana Lima e Alessandra Ambrósio consolidaram a força do Brasil na moda internacional. Mas o que antes encantava, com o tempo, passou a ser questionado.

As críticas vieram como uma onda inevitável, e a falta de diversidade e debates sobre representatividade, a Victoria’s Secret viu seu reinado perder força. O público de uma nova era, mais atento e crítico, passou a questionar a perfeição artificial que por tanto tempo dominou as passarelas. Era o início do fim da era das Angels e o ponto de partida para uma ação necessária reinvenção.

O rebranding: um novo olhar sobre a beleza

A mudança começou em 2023, com o lançamento da campanha “The Icons”, que marcou o retorno de Gisele Bündchen à marca após 17 anos. A campanha uniu nomes lendários como Naomi Campbell, Adriana Lima e Alessandra Ambrósio a novas vozes da moda, como Paloma Elsesser, Hailey Bieber e Emily Ratajkowski.

Foi o primeiro passo de um reposicionamento estratégico, em que a Victoria’s Secret deixou de vender uma fantasia inalcançável para abraçar a pluralidade de corpos, idades e histórias. A nova era não busca perfeição e sim a busca de presença e propósito.

Victoria’s Secret Show 2025: a fusão do clássico com o contemporâneo

No desfile de 2025, essa transformação ficou evidente. Além do retorno das icônicas supermodelos, o evento destacou novos rostos e nomes em ascensão. Modelos como Anok Yai, Alex Consani, que foi eleita a Modelo do Ano em 2024, e Amelia Gray foram alguns dos destaques da passarela. Ao lado delas, supermodelos consagradas como Bella Hadid, Gigi Hadid, Irina Shayk e Candice Swanepoel reforçaram o diálogo entre gerações, mostrando que a beleza pode ser atemporal e plural.

O resultado foi um desfile equilibrado entre nostalgia e modernidade. A Victoria’s Secret, antes símbolo de um ideal único de sensualidade, agora celebra diferentes tipos de beleza das curvas mais marcadas aos corpos esguios, das peles negras radiantes aos rostos de traços delicados. A naturalidade voltou a ser o novo luxo. Sem filtros, sem moldes e sem a pressão de corresponder a um padrão.

Yumi Nu (Foto: Reprodução/Instagram)

O luxo da autenticidade

O rebranding da Victoria’s Secret mostra que autenticidade é o novo poder. O desfile de 2025 foi uma declaração de que sensualidade não está nas medidas, mas na atitude. Que confiança é o acessório mais elegante de todos. É uma lição valiosa para uma indústria que, durante décadas, ditou regras e moldou inseguranças. Agora, o charme está justamente no que é imperfeito, singular e real. A marca, antes criticada por reforçar estereótipos, entendeu que o caminho da moda contemporânea passa pela inclusão e que luxo e diversidade podem (e devem) coexistir.