Versatilidade e propriedades terapêuticas tornam o chá uma escolha crescente entre público preocupado com a saúde

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O chá é a segunda bebida mais consumida no mundo, atrás apenas da água. Globalmente, são consumidas mais de 3 milhões de toneladas por ano, com a China e a Índia liderando sua produção e consumo. No Brasil, o chá não é tão popular quanto o café, mas seu consumo vem crescendo, especialmente as versões prontas e os chás de ervas, como camomila e hortelã. O país também é um grande produtor de mate (chimarrão), considerado um tipo de chá tradicional.
Com tamanha importância em diversas culturas e tradições, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou em 2019 o Dia Internacional do Chá. Celebrado em 21 de maio, a data tem como objetivo destacar a importância econômica e cultural dessa bebida, além de promover condições justas para os produtores. A data foi escolhida em homenagem aos países produtores, como Índia, China, Sri Lanka e Quênia, onde o chá é vital para a economia.
No mundo, os chás mais comuns são o chá verde (originário da China, rico em antioxidantes), o chá preto (popular no Ocidente) e os chás de camomila (calmante e digestivo) e hortelã (refrescante e digestivo). A bebida compõe tradições que compõem culturas de vários países. Na Inglaterra, o chá da tarde é uma tradição que surgiu no século XIX e se mantém viva. No Japão, a cerimônia do chá é uma prática espiritual e artística, enquanto na Argentina e Uruguai, o mate é compartilhado em rodas de conversa, assim como no Rio Grande do Sul, onde o chimarrão é símbolo da cultura gaúcha e consumido em larga escala.
Benefícios à saúde
O consumo de chás no Brasil é bastante associado a fins medicinais e relaxantes, além de ser uma alternativa saudável a bebidas industrializadas. Nos últimos anos, esse hábito ganhou ainda mais força com a expansão do mercado de bem-estar no país, que tem impulsionado a busca por produtos naturais, funcionais e que promovem qualidade de vida. Dados da Euromonitor apontam que o setor de saúde e bem-estar no Brasil cresceu cerca de 9% ao ano na última década, e os chás têm ocupado lugar de destaque nas prateleiras, tanto em supermercados quanto em farmácias e lojas especializadas.
Por sua vez, o chá de Hortelã melhora a digestão, combate gases e náuseas, além de aliviar sintomas de gripes e resfriados. Já o chá de Erva-Doce reduz cólicas intestinais e menstruais, ajuda a aliviar tosse e congestão nasal.
O chá de Boldo é um dos mais lembrados por seus efeitos na saúde, considerado um protetor hepático que auxilia na digestão de gorduras e desintoxicação do fígado. Também tem o poder de aliviar náuseas e desconfortos após excessos alimentares ou alcoólicos. Vale lembrar que, embora os chás sejam benéficos, eles não substituem tratamentos médicos.
Coordenadora do curso de Farmácia na Estácio, Nathania Santiago complementa que é importante que se procure um profissional habilitado para fazer orientação, principalmente sobre as quantidades e como o chá deve ser utilizado. “Os chás possuem propriedades medicinais e terapêuticas, e o farmacêutico clínico tem essa expertise para fazer essas orientações”, explica.
Nathania orienta ainda que, mesmo sendo natural, os chás podem ter efeitos adversos. Alguns deles, como o boldo e o hibisco, por exemplo, devem ser evitados por gestantes ou pessoas com condições específicas. “Então é muito importante ter um profissional habilitado para fazer essas orientações para as quantidades específicas e a posologia correta, visando evitar esses possíveis efeitos adversos”, finaliza.