Novo produto de Kim Kardashian divide opiniões e levanta debate sobre segurança na beleza

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Em 2024, foram realizados mais de 17,4 milhões de procedimentos cirúrgicos estéticos no mundo, segundo a pesquisa global da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS). O Brasil lidera esse ranking, com mais de 2,3 milhões de intervenções feitas no país. Entre os procedimentos mais procurados, a blefaroplastia, cirurgia para correção das pálpebras, foi a campeã mundial, com mais de 2,1 milhões de casos e um aumento de 13,4% em relação a 2023. Logo atrás aparecem a lipoaspiração e o aumento de mama, que ocupam o segundo e o terceiro lugares, respectivamente.
Nesse contexto, o lançamento mais recente da Skims, marca de shapewear da influenciadora Kim Kardashian, tem chamado bastante atenção. O produto promete remodelar o contorno do rosto de forma eficaz, mas tem gerado polêmica ao levantar dúvidas sobre os possíveis impactos à saúde dos usuários.
Para o Dr. Fernando Lamana, cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o debate vai muito além da estética: “a busca pelo corpo e rosto perfeitos não pode colocar a saúde em risco.”
Ele ressalta que, apesar da alta demanda por soluções que prometem resultados milagrosos, é essencial agir com cautela e buscar informação. “É fundamental que os consumidores entendam que a estética deve caminhar lado a lado com a saúde, e não em detrimento dela.”
Segundo o especialista, as redes sociais e a influência das celebridades acabam criando uma pressão enorme para que todos busquem resultados imediatos, o que pode levar a decisões equivocadas. “O consumidor precisa se informar e não se deixar levar apenas pela promessa de um resultado estético rápido.”
Além disso, Dr. Lamana chama atenção para um ponto que muitas vezes passa despercebido: o uso correto das bandagens e cintas faciais no pós-operatório, que são fundamentais para uma recuperação eficaz. “As bandagens faciais pós-operatórias podem ser feitas tanto com o tape, um dispositivo semelhante a um esparadrapo que serve para conter o inchaço, quanto com cintas específicas para o rosto, que possuem uma abertura anterior. Essas bandagens exercem compressão no pós-operatório e ajudam a reduzir o inchaço que causa desconforto.”
Ele destaca que esse cuidado impacta diretamente no conforto e no resultado final da cirurgia: “um efeito muito positivo dessas bandagens é melhorar o conforto e o resultado cirúrgico no pós-operatório.”
Porém, o médico alerta que esses produtos não são mágicos e não devem ser usados fora do contexto cirúrgico: “como o uso das bandagens e cintas faciais tem o objetivo de conter o edema decorrente do trauma cirúrgico, não há indicação para seu uso fora desse contexto. Esses produtos servem para controlar o inchaço, e não para retardar o processo de envelhecimento.”
Beleza e autoresponsabilidade
Por fim, Dr. Lamana reforça a importância de ter cuidado com produtos estéticos sem respaldo científico, que podem causar desde irritação até deformidades graves: “o uso indiscriminado de tecnologias ou produtos que não possuem comprovação científica pode acarretar problemas sérios, desde irritações até deformidades.”
Ele destaca ainda um ponto fundamental para quem busca investir em beleza com segurança. “Produtos e procedimentos devem passar por rigorosos testes de segurança antes de serem disponibilizados ao público, pois a saúde deve sempre vir em primeiro lugar.”
A recomendação final do especialista é clara: “Sempre busque profissionais qualificados e nunca abra mão da avaliação médica antes de aderir a qualquer novidade estética. À medida que o mercado cresce e novas tecnologias surgem, o diálogo entre consumidores, profissionais e órgãos reguladores é fundamental para garantir que a busca pela beleza não comprometa o bem-estar.”